dicas para nao fazer cabeleiras

17/03/2013 19:18

Cabeleira ou back lash é aquele incomodo, pra não dizer irritante, amontoado de linha que se forma no carretel da carretilha quando fazemos algo errado na hora do arremesso. Às vezes a cabeleira é tão intensa que perdemos toda a linha do carretel por termos que corta-la para desfazer o emaranhado.

Mas o que fazemos de errado para formar estas criaturas horríveis bem na nossa frente e acabar com momentos de nossa pescaria?

Para entender como ela se forma, vamos primeiro entender um pouco do funcionamento das carretilhas.

A carretilha é um equipamento de pesca que tem o seu carretel móvel, ou seja, ele gira enquanto a linha é liberada, diferente do molinete, que tem o carretel fixo e a linha é liberada pela sua frente.

Enquanto a linha estiver sendo levada pelo peso utilizado para o arremesso, isca artificial, normalmente, o carretel estará girando livremente.

A cabeleira ocorre no momento em que o carretel estiver girando com uma velocidade maior do que a linha está sendo levada, e principalmente quando a linha parar de sair da vara e o carretel ainda continuar girando. Esse processo faz com que a linha enrolada no carretel se desenrole por cima dele mesmo, formando uma sobreposição de linha que dificilmente poderá ser retirada depois.

Sabemos então que para evitar a famosa cabeleira precisamos evitar que o carretel gire mais rápido do que a velocidade de saída da linha, ou, por outro lado, evitar que a velocidade de saída da linha diminua abruptamente durante seu trajeto até o local aonde arremessou, mantendo sempre compatíveis a velocidade de giro do carretel com a quantidade de linha que efetivamente está saindo da vara.

Antes de falar dos fatores mais conhecidos que provocam cabeleiras, vamos mostrar mecanicamente alguns cuidados que devem ser tomados, principalmente pelos principiantes.

As carretilhas modernas são dotadas de sistemas de freio anti cabeleira e de freio mecânico ou de arranque.

É necessário que estes dois sistemas estejam regulados de acordo com as condições do vento, do peso da isca, da ação da vara e da habilidade do pescador.

O freio mecânico é encontrado ao lado da manivela das carretilhas. Trata-se de um botão giratório. Para travar este freio gire o botão apertando-o como um parafuso, para destravar gire ao contrário. A regulagem ideal é aquela em que, liberado o carretel a isca desça devagar até o chão e quando atingir este o carretel pare de girar. Ou seja, para cada peso diferente de isca uma nova regulagem é exigida.

O fato deste freio ser de fácil acesso nas carretilhas, facilita muito estas mudanças constantes de regulagem.

Usando este freio corretamente você evitará, por exemplo, aquelas situações aonde iscas muito pesadas provocariam um arranque extremamente forte no carretel, fazendo-o girar numa velocidade muito maior do que a da saída da linha.

O freio anti cabeleira pode ser encontrado principalmente em duas versões, o centrifugo e o magnético. Não é nosso intuito nesta matéria discutir qual dos dois seria melhor ou quais suas vantagens e desvantagens e ainda não queremos falar de outros sistemas mais modernos até mesmo por falta de conhecimento.

A regulagem do freio centrifugo se encontra abrindo-se a lateral contrária a da manivela na maioria dos modelos de carretilha. Lá dentro você terá acesso a lateral do carretel e encontrará o eixo rodeado de buchas plásticas.
O número de buchas pode variar dependendo do modelo da carretilha, a partir de 2, sendo que o modelo da foto apresenta 6 buchas. Essas buchas funcionam como sapatas de freio, atuando na lateral do carretel. Esta atuação se deve ao fato de que estas buchas são soltas em seus pequenos eixos, e quando o carretel gira, a força centrifuga as empurra para fora, fazendo com que raspem na lateral do carretel, diminuindo sua velocidade.

Quanto mais rápido o carretel girar, mais força de freio as buchas farão em sua borda. Porém estas buchas podem ser travadas no eixo central, deixando assim de atuar no carretel quando do seu giro.

A regulagem nada mais é do que colocar apenas uma quantidade de buchas atuando no carretel. Assim, no principio, é aconselhável que se use todas as buchas atuando e com o tempo, conforme for pegando prática e confiança ir travando algumas. É importante que a quantidade e posição das buchas travadas seja simétrica, pois elas devem atuar de forma uniforme no carretel. Assim regulagens como uma sim uma não, uma sim duas não e outras simétricas são recomendadas.
A regulagem do freio magnético se encontra na lateral oposta a da manivela na sua parte externa. Trata-se de um botão achatado, com uma escala que normalmente vai de 1 a 10 pontos.
O botão de regulagem afasta ou aproxima estes magnetos, fazendo com que sua atuação de freio seja maior ou menor. Quanto menor o número na escala, mais longe estarão os magnetos e menos estarão agindo como freios.

 

e como última dica muito importante, sempre que for fazer seus arremessos mantenha o dedo raspando de leve na linha do carretel. Isso fará com que você possa sentir imediatamente qualquer leve afofada que a linha comece a criar no carretel, podendo rapidamente imprimir mais pressão com o dedo, diminuindo a velocidade do carretel evitando que a situação se agrave ou até mesmo que a cabeleira se forme. Isso é o que alguns amigos chamam de freio digital (com o dedo).